terça-feira, 10 de junho de 2014

Chico Xavier e mais uma marcação de data para a "evolução" da humanidade


Uma suposta reunião espiritual realizada em 1969, motivada pela viagem de um grupo de astronautas norte-americanos à Lua, significa, para o Espiritolicismo, mais uma marcação de data para a pretensa evolução da humanidade na Terra.

Depois que o anti-médium Divaldo Franco, adaptando as famosas previsões "apocalípticas" para 21 de dezembro de 2012, fracassou ao não ver realizada sua "profecia" de que a humanidade iria passar por um momento de "reestruturação" de ordem moral e social, entre outros aspectos, o Espiritolicismo retrocede no tempo para atribuir a data agora para o ano de 2019.

A "profecia" foi anunciada em uma entrevista em 1986 com Chico Xavier, guardado em segredo por 25 anos e só publicada na Folha Espírita de maio de 2011 e reproduzida no livro Não Será em 2012, de Geraldo Lemos Neto e Marlene Nobre.

Xavier disse que havia recebido do espírito Emmanuel a "previsão", em 1938, de que o homem iria pisar no solo da Lua, o que nada tem de excepcional, uma vez que Jules Verne, o notório romancista francês do século XIX, já havia imaginado tal hipótese e adaptado à sua ficção científica em 1865. Qualquer outra pessoa, baseada no livro, iria supor que essa viagem se realizaria um dia.

Realizada a viagem à Lua, Chico Xavier, segundo seu relato, teria sido "convidado" para uma reunião com espíritos do além, comandada por Jesus Cristo, sob o pretexto de que a viagem à Lua colocaria o homem no caminho de sua universalidade e, por isso, seriam reavaliados os rumos da humanidade terrena.

Através dessa reunião, Jesus, esse ilustre personagem do livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, diferente do Jesus que se perdeu na Antiguidade e que clama por ser redescoberto por arqueólogos e historiadores, havia dado um prazo para a transformação da humanidade no planeta. Esse prazo seria de 50 anos depois do 20 de julho de 1969, data da viagem humana à Lua.

O apelo dado na ocasião era de que a humanidade, nesse prazo de 50 anos, efetuasse seu plano de paz entre os povos, para que assim a Terra possa dar continuidade a seu curso, se configurando num "reino de luz" que se tornasse guia para outras orbes do universo.

Parece lindo, mas é bastante superficial. Afinal, que paz é essa que falam, se não se fala na superação de injustiças sociais? Será que simplesmente dizer "a lei de Deus" é suficiente para convencer a humanidade dessa "missão de paz"? Não se leva em conta o fato de que diferentes povos acreditam em diferentes deuses e profetas, ou às vezes em deus nenhum?

E que paz é essa? Que perdão, que piedade? Numa sociedade de interesses complexos, e no Brasil em que a mediocridade e a estupidez vêm em primeiro lugar, em que a parte que cede nem sempre é a que garante maior vantagem, é mais provável haver maiores dificuldades de resolver conflitos.

Portanto, o recado, com toda sua pretensão "profética", mais parece uma súplica de cunho moralista-religioso. E, além disso, não existem datas marcadas para a evolução planetária. Tudo é imprevisível na humanidade, convém apenas promovermos a ação humana para que possamos combater injustiças e abusos cometidos pelo livre arbítrio.

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