domingo, 18 de janeiro de 2015

Até conhecedores do Espiritismo no Brasil não sabem o que é mediunidade

A APARENTE MEDIUNIDADE DE DIVALDO FRANCO E CHICO XAVIER É ASSOCIADA A GRAVES IRREGULARIDADES QUE CONTRARIAM OS ENSINAMENTOS DE ALLAN KARDEC.

Há um sério problema nas mídias sociais, quando os debates giram em torno da mediunidade. Mesmo aqueles que questionam os descaminhos da Doutrina Espírita no Brasil se sentem inseguros quando os alvos dos questionamentos envolvem os badalados Francisco Cândido Xavier e Divaldo Franco.

Os dois, apesar do grande carisma que contraíram, também estão envolvidos em diversas irregularidades no processo mediúnico, conforme diversas pesquisas comparativas comprovaram. Ambos estão envolvidos com atos que variam desde plágios em supostas psicografias até na participação de fraudes relacionadas à psicofonia e materialização.

O próprio temor místico-religioso dessas pessoas, ainda tomadas de preconceitos e de falta de firmeza em relação aos problemas existentes no "espiritismo" brasileiro, ainda tenta afirmar, mesmo sem justificativas convincentes, de que a mediunidade adotada no "espiritismo" brasileiro é totalmente confiável.

Pesquisando várias fontes e analisando fontes alheias que questionam a mediunidade de Chico Xavier e Divaldo Franco, só para citar os "tarimbados", observa-se que eles acumulam irregularidades que poderiam muito bem fazê-los reprovados definitivamente do crédito de mediunidade. Isso sem falar da informação óbvia de que os dois nunca estudaram Allan Kardec.

No entanto, apesar dessas irregularidades, seus adeptos ou mesmo seus contestadores mais hesitantes, tentam afirmar que a mediunidade deles é "100% confiável", mesmo com os piores erros por eles cometidos, e que causam alvoroço na imprensa.

Se eles causam escândalo quando tais irregularidades são denunciadas, é porque tem algo errado. Não há como tapar o sol com a peneira e creditar como "julgamento terreno dos homens" pareceres científicos ou questionamentos cautelosos que apontam equívocos e indícios de fraudes em mensagens supostamente mediúnicas dos dois.

Tomados de medo, os adeptos mais espiritólicos são marcados pelo discurso choroso que afirma que Chico e Divaldo são "perseguidos" pelo "incêndio da opinião pública". Mas mesmo aqueles que não compartilham com a orientação catolicizada desses "espíritas" também manifestam semelhante medo, hesitantes diante da exigência da coerência lógica.

Eles até entram em contradição. Exigem "embasamento científico" quando alguém formula uma denúncia de tal irregularidade, mesmo quando esse alguém já realiza uma abordagem científica, verificando argumentos e apresentando provas. No entanto, não tem essa exigência quando se trata de "legitimar" as mediunidades de Chico e Divaldo, em que um mero "manifesto de fé" basta.

O desconhecimento do processo de mediunidade permite a legitimação e até o deslumbramento de processos duvidosos de falsetes se passando por psicofonia, cartas "diferentes" com a mesma assinatura do suposto médium, quadros de "diferentes pintores" que soam parecidos e têm como assinatura a mesma caligrafia do suposto médium, tudo porque as pessoas se impressionam demais com as semelhanças, sem saber as diferenças.

Desse modo, as pessoas se iludem com semelhanças banais, com vagos traços de personalidade que não passam de imitação. Afinal, o falso tenta se parecer verdadeiro e assume algumas semelhanças, mas poucos percebem que é pelas diferenças gritantes que o falso deixa de parecer verdadeiro.

Em muitos casos, não basta ler O Livro dos Médiuns, sobretudo na tradução cuidadosa de José Herculano Pires, para saber o que é mediunidade. O livro é um guia fundamental, mas existem novos problemas e dilemas para os quais a obra de Allan Kardec é uma bússola, mas o leitor terá que ir adiante analisando por conta própria as irregularidades da mediunidade malfeita ou desvirtuada.

ALLAN KARDEC ALERTAVA SOBRE OS ERROS

Allan Kardec alertava sobre os fenômenos associados ao Espiritismo que, se for apontado um único erro em cada um deles, deve-se reprová-los. Se uma manifestação de espírito apresentar alguma irregularidade, ela deverá ser rejeitada, por contrariar a coerência e a lógica dos fatos.

Isso é muito importante, e Kardec havia escrito e expresso várias vezes. Isso mesmo os seus adeptos aparentemente mais dedicados - mas não o suficiente para contestarem em todo os descaminhos do "espiritismo" brasileiro, falhando quando "esbarram" nos totens consagrados - se esquecem completamente.

Melindrosos, eles tentam arrumar uma desculpa de que Chico Xavier e Divaldo Franco "com toda a certeza, erraram", mas "merecem lugar" no Espiritismo autêntico por "suas lições de vida" e por seu "trabalho mediúnico".

Imaginam que eles "apenas" compreenderam mal a doutrina de Kardec e agiram "por boa-fé", quando os fatos mostravam que eles, quando convinham, agiam por má-fé mesmo na deturpação da Doutrina Espírita.

O próprio Allan Kardec, justo e coerente, iria reprovar Chico Xavier e Divaldo Franco e provavelmente diria o seguinte: "Não há sombra de dúvida de que os dois são pessoas da mais terna simpatia e apreço. Mas o trabalho que os dois fizeram em nome da Doutrina Espírita é bastante irregular, de maneira que não se pode lhes atribuir confiabilidade plena ao que fazem".

Esse suposto comentário se baseia no que Kardec seria capaz de dizer e avaliar sobre as coisas. Ele não sucumbe às tentações da fé ou às ilusões de carisma para legitimar alguém, se os atos apontam justamente o contrário.

Outra coisa estranha é atribuir os questionamentos seguidos de provas e argumentos lógicos a Chico Xavier e Divaldo Franco como "julgamentos terrenos", se por outro lado são as ilusões terrenas, do status quo celebrado pelos homens na Terra, legitimado pelo julgamento dos homens dotados de prestígios materiais, que legitimam e promovem a pretensa superioridade dos dois anti-médiuns.

São as paixões da Terra, mesmo apoiadas numa religiosidade supostamente espiritualista, que fazem Chico Xavier e Divaldo Franco serem vistos como "espíritos superiores". Portanto, são sentimentos materialistas, situações materialistas, intenções materialistas, que preferem ignorar irregularidades, sob o pretexto do "mistério da fé", do que investir no doloroso processo do realismo lógico.

Por isso, contrariando as recomendações de Allan Kardec, mesmo os espíritas brasileiros com alguma dedicação ainda têm medo de reprovar aqueles que erraram, e erraram muito. Ainda estão presos às paixões materialistas que atribuem supostas superioridades aos totens do "espiritismo" brasileiro.

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