quinta-feira, 23 de abril de 2015

A ciência como escrava dos dogmas "espíritas"

GALILEU GALILEI, CIENTISTA CONDENADO PELO CATOLICISMO MEDIEVAL - Hoje o "espiritismo" tenta cooptar o conhecimento científico para suas conveniências.

O "espiritismo" é uma espécie de Catolicismo sem batina e um pouco mais flexível, o suficiente para juntar valores católicos da Idade Média, eliminar os aspectos mais coercitivos e somar a eles conceitos vindos do misticismo da tábua Ouija, do qual os "espíritas" se inspiram, desviando do estudo do Magnetismo de Franz Anton Mesmer.

Diferente do Catolicismo medieval propriamente dito, o "espiritismo" não combate a ciência com os métodos de outrora, mas através da cooptação. A ciência torna-se escrava dos dogmas "espíritas" e a razão encontra limites no sentido de que não pode questionar nem duvidar dos valores místicos, dogmáticos e ritualísticos que o "espiritismo" da FEB difunde há tempos.

A ciência só é benvinda quando ela corrobora a mistificação e aceita como "verídicas" as fraudes "espíritas". Quando não penetra na selva da mistificação, do ocultismo e do religiosismo manipulador, a ciência é exaltada, quando ela se ocupa em outras áreas, fora da religião e seus abusos.

Além disso, muitos dos maiores cientistas de nossa História já são falecidos, o que significa que seus espíritos são apropriados pela falsa mediunidade dos "espíritas", que transformam qualquer pessoa do além num mero propagandista religioso.

É um hábito típico dos "espíritas" bajularem as grandes personalidades científicas, exaltar o conhecimento científico e enfeitar eventos e atividades (como livros e do cumentários) com ilustrações que remetem à anatomia humana ou ao espaço cósmico.

No entanto, quando a ciência parte para questionar os procedimentos "espíritas" mais duvidosos, os membros dessa doutrina reagem com seu dedo acusador, atribuindo o raciocínio questionador como "tomado de paixões terrenas" ou "restrito às percepções míopes (?!) da matéria terrestre".

Neste sentido, volta aquele sentimento medieval de que a ciência não pode questionar. Ela que brinque dentro do seu playground analítico, se ela vir a examinar contradições entre uma suposta mensagem espiritual e o que o falecido produziu em vida, a ciência então é acusada de "paixões terrenas", "limitações perceptivas" etc.

Chega a ser risível. Como é que o raciocínio investigativo pode ser acusado de "limitação perceptiva". Quando queremos avaliar as coisas pela percepção lógica, que, do contrário que os "espíritas" acreditam, não age em função da matéria terrestre, mas num equilíbrio de ideias do conhecimento da Natureza e das coisas em geral, simplesmente ampliamos as percepções, e não as limitamos.

Pelo contrário, aceitar como verídico que um suposto médium divulgue uma mensagem com a própria caligrafia, reduzindo o recado de alguém já falecido a um propagandismo religioso, é, sim, limitarmos nossas percepções. A "limitação perceptiva" existe, sim, nos esforços dos acadêmicos e outros empenhados para legitimar Chico Xavier e inseri-lo no clube dos cientistas pela porta dos fundos.

Querendo libertar a ciência da escravidão da fé e romper a barreira da religião na exploração do conhecimento investigativo não é tarefa aceita pelos "espíritas", por mais que eles se autoproclamem "os mais elevados defensores do pensamento científico". A ciência deve se sujeitar à aceitação dos dogmas "espíritas", sendo, portanto, uma valorização parcial da doutrina ao pensamento científico.

O próprio espírito Emmanuel, o redivivo jesuíta Manuel da Nóbrega que ditou as diretrizes do "espiritismo" brasileiro, condenava o raciocínio investigativo, o questionamento, o debate. Através de seu porta-voz Chico Xavier, ele pregava o conformismo e o silêncio da prece, esperando que as transformações humanas viessem da "seara" do sobrenatural ou do místico.

Por isso, a relação do "movimento espírita" com a ciência, apesar de toda a suposta simpatia dos "espíritas" ao conhecimento científico, é sempre da subserviência da razão. O conhecimento científico e a razão investigativa só são bem vindos dentro dos limites das crenças "espíritas". Quando tentam questioná-las, são vistos tendenciosamente como subprodutos das "paixões humanas". E aí é que o "espiritismo" brasileiro se volta contra a ciência.

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