terça-feira, 14 de julho de 2015

Comentário sobre o catolicismo de Chico Xavier


No blogue Obras Psicografadas, um comentário interessante correspondente à postagem sobre a suposta mediunidade de Francisco Cândido Xavier, através do livro Adeus Solidão merece ser reproduzido.

Ele se refere à vocação católica de Chico Xavier, subestimada pelos "espíritas", que o veem como o pretenso herói de combate ao Catolicismo medieval, que, sabemos, não passou, nunca passou de uma grande propaganda enganosa.

Isso porque o "espiritismo" trabalhado pelo anti-médium mineiro, até pela influência do jesuíta Emmanuel, ligado ao Catolicismo português inspirado ainda num moralismo próprio da Idade Média, segue essa linha que diz combater. E a vocação católica de Chico Xavier era tanta que ele cultuava imagens de santos, rezava terços e tudo. Nada a ver com Allan Kardec, com a mais absoluta certeza.

Vamos mostrar então o comentário, de autoria do internauta Borges:

"Estou inclinado a acreditar que o Sr. Chico Xavier era detentor de uma mediunidade limitada e a usou habilmente para chancelar a imagem de super-médium que hoje conhecemos. O que me levou a esta conjectura reside nos fatos que nortearam a sua vida durante a infância e juventude. 

É sabido que o catolicismo foi o seu berço religioso, onde poderia encontrar todos os ingredientes que aspirava para a sua vida de santidade. Poderia ter sido padre ou até mesmo bispo. Além disto, teria a oportunidade de desenvolver seus pendores literários, louvando a mãe santíssima e realçando a deidade de Jesus Cristo, sem sofrer acusações de desvios doutrinários. 

Diante deste quadro, fica a indagação: Por que migrou para o espiritismo? A resposta mais evidente parece ser a presença de mediunidade em seu caminho, fenômeno abominado pelos católicos. 

Uma vez dentro do espiritismo, deve ter notado que o seu Deus Jesus, tinha sido rebaixado para a condição de espírito evoluido. Era necessário reparar esta situação. 

Assim, se não poderia chamá-lo de Deus, poderia contudo, descrevê-lo como tal. Foi o que parece ter feito ao escrever o livro “A caminho da luz”. 

Neste livro, no capítulo “A gênese planetária”, Chico consegue fazer o inusitado, ao expandir a história de Cristo, do novo para o antigo testamento. 

Para evidenciar minha suspeita, destaco um trecho do subtítulo “O Divino Escultor”: “Sim, Ele havia vencido todos os pavores das energias desencadeadas; com as suas legiões de trabalhadores divinos, lançou o escopro da sua misericórdia sobre o bloco de matéria informe, que a sabedoria do Pai deslocara do Sol para suas mãos augustas e compassivas. Operou a escultura geológica do orbe terreno, talhando a escola abençoada e grandiosa, na qual o seu coração haveria de expandir-se em amor, claridade e justiça. Com seus exércitos de trabalhadores devotados, estatuiu os regulamentos dos fenômenos físicos da Terra, organizando-lhes o equilíbrio futuro na base dos corpos simples de matéria, cuja unidade substancial os espectroscópios terrenos puderam identificar por toda a parte no universo galáxico”. 

Tudo se passa como se Deus tivesse colocado a Terra quase incandescente nas mãos de Cristo dizendo “toma que o filho é teu”. A leitura completa do capítulo citado sugere que Jesus se tornou um apêndice de Deus, responsável pela evolução da Terra até nossos dias. 

A analogia não para por aí, destaco um trecho do subtítulo “A solidificação da matéria”: “As mãos de Jesus haviam descansado, após o longo período de confusão dos elementos físicos da organização planetária”. Parece uma alusão ao descanso de Deus, após o sétimo dia da criação do mundo, relatado na gênese bíblica".

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