quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Defensora de Madre Teresa de Calcutá escreve texto rancoroso

MADRE TERESA DE CALCUTÁ ACHAVA O PRESIDENTE DOS EUA, RONALD REAGAN, QUE PATROCINAVA "BANHOS DE SANGUE" NA AMÉRICA CENTRAL E ORIENTE MÉDIO, DE "DEFENSOR DA PAZ".

Defender estereótipos de "amor e bondade" não é garantia de se proteger contra o ódio. As manifestações mais rancorosas vêm justamente daqueles que dizem "incapazes de qualquer rancor". A espuma da raiva se solta das mesmas bocas que, quando embebidas de mel, só evocam "palavras de amor".

A vida humana é complexa, e soa simplório querer associar ideias de bondade e altruísmo a aspectos como a caridade paternalista ou o silêncio diante do sofrimento. E muitos desses aspectos tão populares e consagrados de "amor e bondade" soam tão falsos e hipócritas, que a gente pergunta se até seus seguidores não passam de pessoas inseguras que correm atrás de qualquer aparato de "bondade plena" e "perfeição espiritual"?

Os fanáticos religiosos são inseguros. E no Catolicismo e mesmo no "espiritismo" se observa isso. No caso do sobrinho de Francisco Cândido Xavier, Amauri Xavier Pena, misteriosamente morto em 1961, revelou um caso de texto rancoroso que um conhecido "espírita" mineiro despejou, feito um cão raivoso.

E para quem acha que tudo isso terminou na virada dos anos 1950 para os 1960, é bom deixar claro que as explosões de rancor dos seguidores de Chico Xavier acontecem até hoje, nas mídias sociais, da maneira que parece inimaginável e inconcebível, mas ocorre de maneira verídica e explícita.

O texto que reproduzimos também segue este sentido. Foi reproduzido do blogue católico A Catequista. Enfurecida com as denúncias de Christopher Hitchens, a blogueira não consegue explicar seu amor por Madre Teresa de Calcutá e repisa nos mesmos clichês do discurso em favor da madre albanesa.

Ela não consegue explicar o caso dos pobres e doentes mal-tratados por Madre Teresa, ironiza o fato do YouTube não dispor do documentário Algo Bonito para Deus (Something Beautiful for God), de Malcolm Muggeridge e ainda amaldiçoa Hitchens só por ele ter sido ateu.

Pior: como nesses textos hipócritas, os fanáticos dizem que seu ídolo "errou", apelando para o discurso da "imperfeição dos perfeitos". A blogueira se contradiz, dizendo que Madre Teresa "não era perfeita" mas afirmava que "era mesmo santa", o que, sob o ponto de vista católico, é sinônimo de "perfeição".

A blogueira segue esse caminho e ainda tem o cinismo de supor que Hitchens "era fascinado" pela Madre Teresa, como se empurrasse o detrator para ser um propagandista de quem ele contesta, o que é uma grave hipocrisia da blogueira.

Além disso, a blogueira não explica por que os pobres e enfermos permaneciam assim nas casas criadas por Madre Teresa. A blogueira usa argumentos estúpidos, como "Madre Teresa não faz trabalho social" e defende como "materialista" a ideia de querer que os pobres saiam da pobreza.

Seguindo com sua hipocrisia, a blogueira disse que Madre Teresa "não fundou uma ONG", quando instituições assim devem ser reconhecidas como tais, porque, em tese, são instituições feitas sem o vínculo formal com governos. E, mais hipócrita ainda, a blogueira pergunta se houve algum santo que promoveu a ascensão social dos pobres, como se ter saúde e renda para sobreviver fosse "luxo", e argumenta que os pobres e enfermos já tinham na Madre Teresa a "sua riqueza".

O texto é, podemos dizer, deplorável. Mostra a hipocrisia que os vendilhões de belas palavras fazem, sob as vestes da fé religiosa. Mostra o quanto pessoas que falam tanto em amor e caridade na verdade agem com ódio, quando preciso, e manifestam o desprezo ao próximo.

Ao achar que os pobres e enfermos não tinham necessidade de "ascensão social" - o que "a catequista" define pejorativamente como "ascensão social" - a "bondosa" blogueira mostrou a que veio, preferindo defender um ídolo religioso do que a qualidade de vida dos miseráveis.

Talvez a "bondosa catequista" admirasse também o ex-presidente dos EUA, Ronald Reagan, que deu a Medalha da Liberdade a Madre Teresa e ela definiu o político estadunidense (membro do reacionário Partido Republicano) como "defensor da paz".

Só que Reagan patrocinava genocídios nos países da América Central e Oriente Médio e ameaçou fazer uma guerra nuclear, em dimensões atmosféricas, com a União Soviética, que foi chamada "guerra nas estrelas".

Mas, para "a catequista", que se revelou anticomunista, isso não faz diferença, afinal os mortos dos países da América Central e Oriente Médio sejam apenas "comunistas" e "árabes", como talvez tivessem sido "comunistas" as vítimas do acidente em Bophal, na Índia, e os próprios doentes e pobres que morriam sob nutrição e falta de higiene nas "casas de caridade" da "bondosa freira".

Depois desse longo comentário, reproduzimos o referido texto, para dar a ideia de que quando o amor fica preso na boca, ele nem sempre consegue alcançar o coração, muitas vezes envenenado pelo ódio que seus fanáticos seguidores não imaginam ter mas o têm até em altas doses.

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Quem não gosta de Madre Teresa, bom sujeito não é

Do blogue A Catequista - Publicado em 11 de fevereiro de 2014.

Uma freira pequenina trabalhava como professora em uma escola católica, para meninas ricas. Até o dia em que, nas ruas de Calcutá, ela ouviu o clamor do Cristo sedento, faminto e doente. Após insistir, recebeu autorização para fundar uma nova ordem e, sozinha, deixou uma vida razoavelmente confortável e segura para viver entre os mais pobres dos pobres.

Aos poucos, se juntaram a ela antigas alunas, que se tornaram as primeiras missionárias da caridade. Madre Teresa procurava Jesus nos lugares onde ninguém O buscava: no lixão, ela ia quase todos os dias revirar a imundície, e muitas vezes recolhia ali pessoas doentes, já roídas pelos ratos, e até bebês, um dos quais conseguiu “ressuscitar” com um boca a boca (fato captado pelas câmeras da BBC).

Certamente, não foi uma mulher perfeita… deve ter tido lá os seus erros. Mas, dentro do coração de milhões de pessoas, católicas ou não, há uma convicção: se aquela mulher me visse em dificuldades, ela se comoveria e me ajudaria. Ela era mesmo santa. Tanto que seu nome virou sinônimo de virtude e bondade.

Suas rugas profundas eram como o leitos de um rio, onde corria amor e sofrimento. Mas o escritor ateu Christopher Hitchens não se comoveu com essa mulher; antes a odiou. Escreveu um livro e produziu um documentário – “Anjo do Inferno” – afirmando que Madre Teresa era “uma fanática, fundamentalista e uma fraude”. Em um programa de TV, foi além, e a xingou de bitch.

Como militante do socialismo, Hitchens não poderia mesmo entender o bem que a Madre fazia aos pobres. Sua visão materialista de mundo o impedia de ver além do que os olhos podem enxergar. Cadê os hospitais de ponta? Cadê os pobres saindo da pobreza? Perguntava ele.

Hitchens acusava a Madre de não ajudar os pobres a sair de seu estado de pobreza. De fato, Madre Teresa não fundou uma ONG, ela não fazia trabalho social; ela fazia CARIDADE, ela amava cada pobre como um filho saído de seu ventre. A mesma acusação que se fez a ela, poderia-se fazer a São Francisco de Assis: quem aí ouviu dizer que o santo levou algum pobre a ascender socialmente? E, no entanto… ele era a maior riqueza dos pobres, em seu tempo.

Alguns leitores nos pediram para refutarmos o documentário “Anjo do Inferno”. Curiosamente, a BBC deixa disponível esse filme no Youtube, mas não o estupendo Something Beautiful For God, produzido pela mesma emissora, em 1969 (se alguém achar no Youtube, por favor me avise). O interesse da BBC em encobrir as boas obras da Madre e jogar lama em sua memória fica ainda mais claro quando a emissora se recusa a autorizar a exibição do documentário de 1969 em um festival de cinema gratuito realizado em 2010, para celebrar o centenário de nascimento de Teresa (Fonte: The Hindu).

Alguns dizem que Hitchens era obcecado pela figura de Madre Teresa. Eu prefiro pensar que ele era fascinado por ela, mas se revoltava contra esse fascínio, tentando sufocá-lo com fúria. Fúria e amargura era só o que ele tinha, já que seu livro e seu documentário são pobres, muito pobres em fundamentação. Que Deus tenha misericórdia de sua alma. Espero que, ainda que em seu último suspiro, ele tenha se arrependido de seus erros.

Em vez de rebater o documentário de Hitchens, em que Madre Teresa é ate mesmo acusada de combater fortemente o aborto e o divórcio (eita mulé marvada!), preferimos deixar aqui o testemunho do nosso leitor Harun Salman. Ele aprendeu a amar Jesus no convívio com a freirinha de Calcutá. Então, os ateus socialistas ladram, e a caravana da caridade passa!

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